Uma romântica incurável

Eram exatamente dez horas da manhã de um domingo nublado. Estava no quarto decidindo o que vestir. Abri o guarda – roupa pensando no que meu corpo gostaria de vestir naquele dia. Peguei uma blusa sem manga,aberta até pouco antes de chegar à cintura e um short jeans de pano não tão grosso,fiz o coque mal feito de sempre peguei o óculos e fui até a cozinha comer algo. Peguei o notebook e fui buscar alguma música que combinasse com aquele dia para ouvir. Queria algo mais lento, mais relaxado. Pra falar a verdade nunca tive muita paciência para musica eletrônica ou qualquer outra mega agitada. Foi a partir daí que comecei a perceber que estava mudando. Quando vi  me peguei ouvindo uma musica do Djavan que era um dos meus cantores antigos favoritos que cantava uma das minhas musicas favoritas. Quando fui em busca de um livro para ler peguei um livro de Carlos Drummond de Andrade que falava sobre seu amor pela sua amada. Não que eu estivesse ficando velha ou algo assim,mas eu podia sentir que eu havia mudado,talvez nem tanto por fora,mas bastante por dentro.Percebi que havia perdido um pouco da paciência para conversas banais com assuntos chatos. Eu queria algo ... mais maduro talvez. Dentre tudo eu só tinha certeza que uma coisa não havia mudado: o meu lado romântica incurável. Confesso que gosto bastante dele. Ele me faz ver o mundo com um ponto de vista diferente. Talvez seja por isso que quando falo de amor quase ninguém (ninguém) entende. Eu gosto de falar de Amor,mas as pessoas tem a péssima mania de reduzi – lo a amor entre homem e mulher somente. Se eles soubessem o tamanho do amor eles ficariam impressionados. Enquanto tantos assuntos martelavam em minha cabeça eu decidi escrever sobre essa parte de mim que não mudou e que (quem sabe) nunca mudará. 

Espera

Ultimamente eu tenho esperado tanta coisa de tanta gente mesmo sabendo que é errado.

O pior é que eu sempre espero que as pessoas entendam algo que nem eu entendo sobre mim, mas fazer o que?
Eu acho que na verdade só queria que as pessoas tivessem um pouco mais de empatia. Elas quase sempre nos dão conselhos sem nem se colocar em nosso lugar.

Me entender é uma missão quase impossível, mas de uma tal maneira eu acho que eu me entendo. Entendo meus erros e acertos, meus sentimentos mais profundos,mais complicados. Eu entendo porque são meus.

É um completo erro egoísta eu sei achar que as pessoas devem ser videntes para saber o que estou sentindo, mas ... Não sei.

Quando se trata de mim há sempre uma frase incompleta ou um não sei. Só queria uma vez chegar as pessoas e dizer tudo o que se passa aqui dentro sem que tudo as assustem.

Adeus.

Só estou sem palavras, sem ação. Não sei como te escrever. É que ,como sempre, eu esperava mais de você. Que você ao menos me contasse por consideração. Foram "só" 7 anos de amizade e agora nada. Eu sabia que você estava diferente,mas até um tempo atrás eu ainda tinha esperanças de que nada na nossa amizade havia mudado. Eu andei precisando tanto de você,mas talvez tenha sido melhor eu ter me virado sem você.

Acho que nós duas mudamos o suficiente para não nos conhecermos mais,mas as vezes eu acho que a qualquer momento você vai me chamar no face ou sei lá e tudo vai ser igual a antes.

Quer saber melhor deixar tudo isso pra lá. Você faz parte do meu passado e de quase metade da minha vida. Hoje você nem se quer deve lembrar meu nome. Deve ser mais fácil assim.

Desculpa, sei que não deveria estar te cobrando ou qualquer coisa assim,mas é que eu dou valor as pessoas especiais pra mim mesmo que elas estejam longe e você disse que seria pra sempre mesmo a distância, e eu acreditei.

Vamos deixar tudo como está, vai ser mais fácil assim.Que bom que está feliz,ou pelo menos assim espero que esteja.

Adeus. 

Pequenos Momentos.

Cheguei a cafeteria mais próxima de casa atraída pelo cheiro embriagador de café que fluía dela. Minha cozinha. Sentei no banco com as pernas em borboleta apenas vestida de pijama e um coque mal feito no topo da cabeça. Ele estava lá, apenas com uma calça de moletom bem na altura dos quadris bem marcados pelo "caminho da perdição". Eu não sabia ao certo o que mais admirava nele,mas sem todo aquele traje que ele usa no trabalho ele parecia tão simples ,tão fácil de decifrar. Poderia tê - lo todos os dias assim. Emoldura - lo como um quadro. Ele me olhou e sorriu se perguntando em que pensava enquanto olhava para ele. Eu sorri como se respondesse dizendo que era algo muito bom. Então ele me serviu uma xícara de café bem quente. Fui até a sala e me sentei no sofá. Ele parou a espreita da porta como se estivesse se perguntando algo sobre mim. Talvez como eu poderia era tão indecifrável com meus olhos oblíquos como ele sempre me dissera quando me pegava olhando - o e sorrindo. Ele esgueirou - se pela sala até se sentar ao meu lado. Tomou um gole de café e apoiou em cima da mesinha de centro puxou - me pela cintura até que estivesse perto o suficiente para recostar em seu peito. E ali ficamos o resto da manhã. Desejando que aquele momento nunca acabasse.

Ponto de vista.

Hoje me peguei lembrando de você. Do seu jeito,seu sorriso. Detalhes que a algum tempo não sabia se iria ou devia esquecer. Era bom lembrar de você. Você era uma âncora me prendendo as lembranças que tinha de você. A vida seguiu e hoje é muito difícil pensar em você,porém lendo um texto hoje comecei a pensar se algum dia eu realmente te conheci. Se algum dia eu gostei do que você realmente é. Ou se eu apenas juntei sua imagem ao que sempre imaginei que você fosse. 

Você sempre foi uma boa pessoa, alegre e bem humorada. Nunca foi o mais gato da sala rs mais eu sempre tive um precipício por você. Infelizmente acho que você nunca percebeu. Mas okay,passou. 

Acho que você não era pra mim. Você nunca foi romântico,nunca foi do tipo que iria deixar de curtir a vida por uma garota. 

No final, foi melhor assim. Ainda sinto algo por você,mas é apenas um carinho de amigo e acho que não passará disso. Quem sabe com o tempo também não diminua. Eu só mudei minha visão relacionado a você.Talvez não saiba mais como te ver agora,mas você sempre será o dono do primeiro sorriso pelo qual me apaixonei.  

Untitled.

Eu corri. Fugi. Me esquivei. Me escondi. Mas aconteceu. Mais uma vez. Não queria. Só queria esquece- lo, seguir a vida, mas ele é teimoso. Não desistiu. Então continuei me esquivando dele enquanto pude,por onde pude. Até que num dia qualquer da semana involuntariamente eu desejei vê- lo. Mas sabia que não saberia reagir a ele. Na verdade, nunca sei. Talvez seja pela calma que ele passa ou pelo modo como é carinhoso comigo mesmo estando zangado com o mundo e é com isso que eu sei que ele da o melhor dele pra me manter por perto, mesmo quando pareço estar tão distante.

Sequestro relâmpago

Foi totalmente de repente. Me senti meio desnorteada. Até que te achei. De onde você surgiu eu não,mas não queria que você fosse.

Você era diferente de qualquer outro. Um pensamento mais evoluído, os gostos parecidos com os meus, não achava complicado o fato de eu ser preenchida por sonhos,porque você também era.

Conseguimos conversar sem você soltar uma cantada daquelas bem ruins e rimos até a barriga doer com histórias de micos que pagamos.

Não sabia se algo aconteceria, nem mesmo se duraria,mas de alguma forma o nosso destino se cruzou e eu só queria tirar algo bom desse momento.

Nos encontramos no momento em que mais precisávamos. Estava feito. Maktub. Era pra acontecer. Será mesmo ?

Ação e reação

Fiquei pensando muito em tudo e confesso que gosto do jeito como sempre tenta ser dócil comigo ou como tenta saber um pouco de mim contando um pouco de você. Me desculpa,mas é que não consigo. Eu sou uma completa incógnita, pra quem gosta de matemática ou mistérios, sou um prato cheio. Então talvez eu seja um mistério bom o suficiente para você desvendar, mas sei que ainda não deixo. Meus abismos são muito fundos por causa de todos os meus sentimentos. Literalmente dessa vez não é você ,sou eu. Eu sou ... Não sei explicar, se é que algum dia conseguirei. Como será que você me vê?  Me pergunto isso todos os dias. Será que você pensa que eu sou mais uma pra coleção?  Parece que não. Mas será que ... Sou especial o suficiente?  Me desculpa pelas perguntas bobas, mas é que perto de você não sei como agir. Não sei se uso meu lado frágil pra fazer charme ou se uso meu lado forte pra fingir que não me importo. De qualquer forma me perdoe se eu reagir mal a algo bom que você disser é que ainda não sei reagir a elogios ... e nem a você.

Uma pequena invasão.

Um dia eu esperei você sair e entrei no seu coração. Tirei os sapatos para não machucar e abri a porta bem devagar. Estava ansiosamente curiosa para saber o que de tão importante tinha nele que nunca abria as portas para eu entrar. Talvez eu esperasse vidros quebrados,janelas emperradas, fechadura ruim ou qualquer outra coisa que pudesse consertar para você,mas não. Tudo o que vi quando abri a porta foi tudo em perfeito estado,limpo e novo. Acho que você tinha acabado de reformar por causa de alguma partida. Era tão calmo e aconchegante, sorte de quem um dia já fez morada nele. Ele tinha um silêncio gostoso de ouvir. Do lado do sofá havia uma rede para se balançar,com toda a calma do mundo deitei – me nela, ali eu podia ouvir a música mais linda de todas: as suas batidas. Eram calmamente revigorantes. Estava com medo de que chegasse e não gostasse de me ver ali, fui embora,mas na esperança de um dia você me chamasse para uma visita ou ajudar numa reforma quem sabe. Até que algum tempo depois você me perguntou: “quer me fazer uma visita ?” 

Borboletas no estômago

Me perdoe se no meio da carta ou quem sabe logo no começo me faltarem palavras, mas é que é um assunto bem delicado que não sei ao certo como explicar.

Meus sentimentos nunca passaram de sentimentos vividos somente  por mim.  Eu sempre corri atrás deles como se corre atrás de uma borboleta.

Confesso que já pensei de tudo acontecer do lado oposto,mas na minha imaginação eu sempre sabia o que dizer até porque era minha imaginação então eu sabia até o que o outro ia sentir.

Mas dessa vez eu to completamente perdida. Não sei como te dizer ou explicar isso. É só que não sei reagir a sentimentos recíprocos ou quando tudo começa pelo outro lado.

É como se a vida toda eu tivesse escrito da esquerda para a direita e do nada tivesse que começar a escrever da direita para a esquerda, aliás ainda é pior que isso.

Sentir sozinha,por ambas as partes essa sempre fui eu,mas agora você { logo você!} quer mudar isso.

Me desculpe se  sou meio dura, ou talvez não tão comunicativa,mas é que de uma certa maneira eu sempre senti tudo sozinha. As pessoas diziam entender,mas nunca entenderam,pois só quem sente ou já sentiu sabe como é. E agora tem você. Que querendo ou não eu já percebi que de uma certa maneira faz parte desse mundinho.

Ultimamente tenho tido as famosas borboletas no estomago, porém pra mim está mais para queimação. Tudo o que eu quero é correr até que essa sensação suma.

Confesso que se você desistir não será nenhuma surpresa. Lidar comigo nunca foi e nunca será fácil. Isso foi só um desabafo. Esqueça por favor.

De frente comigo

Era como se estivéssemos em sintonia por um breve espaço de tempo.

Sem precisar dizer nada você sabia tudo. Com um olhar teu esquecia tudo. Era uma mistura de borboletas no estomago e vergonha. Sempre adorei o fato de ser morena e poder esconder esse enrubescimento. O fato de te ter longe mas ao ponto de ter contato com você nunca me machucou. Mas algo não parecia fazer muito sentido para mim. Comecei a te amar mais do que a mim mesma. Como era possível amar tanto alguém e esquecer de si próprio. Sem meu próprio não poderia ter meu verdadeiro amor.

Começar a me amar foi a decisão mais embaraçosa e complicada que tomei. Como amar alguém que não posso sair,levar um papo,expressar opiniões. Como amar alguém que vive dentro de si mesmo ?

Uma pessoa, uma vez tinha dito que foi a melhor coisa que ela já fez e que foi assim que a sua pessoa especial a amou. 

Eu percebi que você percebeu e compreendeu e foi a melhor coisa que fez por mim e por você. O que acontecer daqui pra frente é lucro. A vida é um lucro até mesmo nos momentos não tão bons.